Realidade dos apressados pela rua
Que também cinza recebe almas
Opacas desse espetáculo sem palmas
Acelerado, sem calma
Corações virando concreto
Ignoramos placas que indicam fim do trajeto
O mundo edificando sinas
Planos se quebrando em esquina
Lamentos em gritos que viram buzinas
Sinas se fecham pra vida que passa
Sonhos, nem nascem, já viram fumaça
Que sobem, com ar ranzinza
E se juntam ao céu, cinza no cinza.
Mas é real. Como tudo que vejo.
E é possibilidade como o que eu almejo
É concreto e neblina
Meu destino, minha sina
E ainda dizem que te escolhi
Mal sabem, foi aqui que nasci
Dentro da ilha sempre houve
Uma ilha de cidade
Algum em mim, sempre soube
Que como Caetano
Te chamaria realidade.
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